terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O que Cada Um Consegue Aguentar...

Essa semana reencontrei pessoas com as quais convivi  um período de minha vida. Os anos passaram e os revi com outra percepção. Com certeza eu também mudei. Me revisitei em meu arquivo emocional reportando-me à época em que me sentia próxima a eles.
Muitas pessoas vivem momentos muito bons na vida, só que como raramente conseguem manter tudo seguindo em seu aspecto unicamente positivo, o declínio em algum setor da vida é inevitável e alguns não se adaptam.
Muitos perdem suas motivações quando perdem as ilusões. O bom de ser jovem é que existe sempre muita vida pela frente e mesmo que nada vá acontecer o simples fato de ter uma existência a experimentar já confere energia para desejar realizar coisas.
Muitas de nossas escolhas dependem da influência do meio em que vivemos e das pessoas que estavam à nossa volta, o meio cultural e social que nos cercava, os valores das pessoas que conviviam conosco. Adicionalmente, em tudo temos que considerar o tempero chamado 'sorte'. 
Grupos e pessoas com os quais convivemos podem soar totalmente estranhos com o passar dos anos. Perdemos a conexão. O que parecia uma sintonia para a vida toda perde seu encantamento. Exatamente nos momentos em que recuamos para lidar com nossos desafios pessoais nos preparamos para crescer. Ao retornarmos de cada batalha individual tornamo-nos um novo guerreiro. Nossos ingredientes emocionais podem nos transformar em alguém mais forte, mais tranquilo diante das adversidades da vida, mais resiliente ou mais revoltado, mais raivoso e ressentido com os que obtiveram êxito. 
Os que encontram um caminho de retorno após as tempestades são os sortudos com recursos psíquicos mais robustos. No entanto, outros simplesmente não conseguem. Não por falta de vontade, simplesmente sua constituição emocional é diferente. É como ficar algum tempo debaixo d' água sem respirar, alguns conseguem ficar mais tempo do que outros. É o que cada um consegue aguentar.
Reencontrei pessoas do passado cujos olhares não mais reconheci. Eram olhares vazios, ausentes de vida, de vitalidade, de estar confortável com o fato de existir. Algo se perdeu pelo caminho.
O reencontro foi estranho. O passado os incomodava, o presente não os satisfaz e o futuro... quem sabe?
Me despedi de todos juntamente com as minhas memórias das pessoas que eles eram. Refleti sobre o incerto amanhã e no que poderei me tornar daqui há alguns anos...
Não há garantias. Só existe um dia de cada vez, o termômetro da vida é a paz interior, se ela nos acompanha seguimos em frente, caso contrário reprogramamos a rota em vez de adentrar uma floresta sombria.  

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