terça-feira, 29 de setembro de 2015

A Maturidade Após os 50

Quando eu era jovem aprendi que andar com pessoas mais velhas nos deixava mais sábios e maduros. Eu sempre tive amigos mais velhos do que eu. Ao sair com amigos da minha idade parecia sempre que faltava alguma coisa, que eu não podia extrair deles o  conhecimento e sabedoria que eu desejava. Na minha adolescência eu era um ser ávido por conhecimento.

Só que eu cresci e continuei carregando comigo o mesmo conceito, de que pessoas com mais idade do que eu poderiam me ensinar algo, me transmitir alguma sabedoria para que eu me tornasse um ser cada vez melhor. Eu não havia aprendido a diferença entre idade cronológica e maturidade emocional. Foi surpreendente descobrir o quanto as rugas e experiências acumuladas não necessariamente produzirão como resultado um ser humano equilibrado, sábio e maduro. O que acabei por descobrir é que existem pessoas que pouco aprenderam apesar dos anos acumulados. Eu fui equivocadamente levada a acreditar que barba branca e senhoras que se tornam avós são pessoas generosas, idôneas e maduras. Mas raramente temos acesso aos recônditos de um ser humano e a compreensão do que o faz perder o verniz social e transformar-se em alguém socialmente inviável devido à extensão de sua insensatez e caráter maleável..

Hoje ainda temos os experientes generosos que compartilham suas bagagens e de alguma forma ajudam outras pessoas a trilhar um caminho menos árido. O perigo é esbarrarmos com os experientes enciumados da juventude, indignados com a felicidade alheia pois seu tempo passou, competitivos e destrutivos em relação àquilo que invejam.
 O que seremos no futuro: o velhinho que sorri ao ver uma criança brincando no jardim ou o rabugento que persegue aquilo que não pode se tornar?